domingo, 26 de abril de 2009

le roi est mort. vive le roi! #04


O silêncio de repente tomou conta da cidade. Não se ouviram mais os carros, não se ouviram mais as motocicletas nas ruas. Dentro das casas, não se escutaram mais as mulheres que brigavam com os maridos, nem as crianças que choravam sem motivo. Tudo não se ouvia mais. Era tudo paralisado. Por aquelas horas, a existência deu lugar ao vazio da existência, que engoliu as casas, o bairro, a cidade. Tudo parou, menos José, que mantinha seus olhos abertos para ver o que acontecia. Mas o que acontecia? Me diz você, José, que manteve olhos abertos à espera de alguma coisa. Para quê? O que você ganhou com isso?

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sábado, 14 de março de 2009

#3

da [nova e pointless] série "desvendando a origem das cidades gaúchas".

* Havia um povo peculiar que vivia num lugar insólito no noroeste do Estado. Tudo era calmo até um dia vir uma comitiva com cavalos para conquistar a região.

_ De onde vocês são?, perguntou o povo peculiar.
_ De Porto!, disse a comitiva.
_ Que Porto?
_ Alegre, tchê!

e assim nasceu a cidade de Alegrete... Rá!

* Havia um povo peculiar que vivia num lugar insólito no sudoeste do Estado. Diziam-se indígenas e liderados pela chefe da tribo, Ana Tapajó. Tudo era... indian até um dia vir uma comitiva com cavalos para conquistar a região.

_ De onde vocês são?, perguntou a chefe da tribo, Ana Tapajó.
_ Do Uruguai!, respondeu a comitiva.
_ De onde?, retornou Ana.
_ Do Uruguai, Ana!, respondeu o guerreiro que estava ao lado de Tapajó.

e assim nasceu a cidade de Uruguaiana... Rá rá!

there is more to come.
stay tune...or don't.
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

me what? no, you boy! # 02

Enquanto assistia ontem a Slumdog Millionaire (Danny Boyle. Índia/Inglaterra, 2008), sobre a história de um jovem analfabeto de Mumbai que decide participar de um programa de perguntas e respostas com a intenção de reencontrar a garota que ama, não raras vezes eu tentava esboçar uma palavra ou uma expressão que, ainda que de maneira subjetiva, pudesse definir as minhas impressões em relação ao filme.



Por volta dos primeiros 40 minutos do longa, a palavra veio. E veio em inglês: honest. Aquilo era an honest movie. Era um filme simples, verdadeiro, comovente e muito bem realizado, tanto no que se refere à linda fotografia, que ficou a encargo de Anthony Dod Mantle, antigo parceiro de Doyle em outros filmes, como O Extermínio, quanto à trilha sonora, composta por A. R. Rahman e com a participação da sempre ótima M.I.A e dos ingleses do Ting Tings.

Dos diversos pontos altos do longa, que vão da atuação de Dev Patel, como o crescido Jamal Malik, à escolha do ponto-de-vista inusitado de como um analfabeto sem grandes pretensões consegue ir tão longe dentro do programa “Quem quer ser Milionário?”, é nas memórias de infância que o filme tem seu desenvolvimento pleno e mais acertado com as excelentes atuações infantis que Slumdog proporciona.



Mas, mais do que questões técnicas, que, sim, ajudam qualquer trabalho a se tornar primoroso, a paixão com que os atores, crianças e adultos, e os diretores do longa, da fotografia, da arte e da trilha sonora propõem suas perspectivas é que faz um trabalho primoroso tornar-se memorável.



Slumdog Millionaire, dos grandes filmes que estrearam na temporada do final de 2008 e início de 2009, é, de longe, o trabalho mais bem acabado e, sim, o mais memorável.


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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

me what? no, you boy! # 01

A famooosa mesa de bar (por mim jamais conhecida para estes fins!) que trazia à vida discussões acaloradas sobre questões existenciais a cuja resolução nunca se almejava, hoje foi transferida para os messengers que fazem tanto parte da nossa vida como o pão de todo dia (perdão, jesus, pelo uso da rima, não pela expressão utilizada indevidamente).
Pelo menos para mim, não tem sido diferente. Dia desses, eu conversava com um amigo sobre futilidades, coisas que acontecem em um minuto e se espatifam no próximo. E algo como a necessária distinção entre ser sensível e ser sentimental apareceu assim, em um minuto, mas não desapareceu no próximo. Nem nos próximos, na verdade.
O que me pareceu mais claro naquele momento foi que ninguém chama um sujeito de insensível com a intenção de fazê-lo crer em sua racionalidade proeminente que salta aos olhos. Tampouco alguém é chamado racional e este entenderá que exaltam sua alma insensível.
Assim como a insensibilidade não tem relação com ser racional, mas sim com algo entre a frieza e a falta de vontade, ser sensível às coisas que estão ao seu redor tem mais a ver com percebê-las do que com guardar algum sentimento em relação à existência delas. Do contrário, seria a sentimentalidade falando mais alto.

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